Como eu descobri que Tchekhov não foi só mais um rostinho bonito na literatura ;)
Considero-me
uma leitora veterana.
Notem bem: UMA LEI-TO-RA.
Não sou critica, não sou doutora,
não sou cientista literária. Falo como alguém que gosta muito de ler e,
portanto, já leu uma quantidade razoável de livros: coisas boas, coisas ruins e
coisas BLEH!
Então,
como leitora veterana, fico extremamente recompensada quando tenho em mãos um
texto que me instiga, me emociona, me surpreende e me incomoda. Sim, tudo ao
mesmo tempo. É raro, mas acontece.
Ler
a coletânea de contos A DAMA DO CACHORRINHO me deixou assim: instigada,
emocionada, surpresa e incomodada.
Lido! E com certeza será relido... |
Eu
levei quase um mês para percorrer as pouco mais de trezentas páginas desta
edição, justamente porque várias vezes durante a leitura o texto me
desconsertava e me colocava frente a frente com “realidades” que me doíam
profundamente.
Eu precisei parar e me recompor em algumas ocasiões...
O
mais curioso foi o fato de os primeiros contos não me prepararem absolutamente
para o que estava por vir – o conto CAMALEÃO inclusive me vez dar boas risadas.
Depois...só o silêncio de minha reflexões.
Tchekhov
é singular.
E era bonitão! |
Na orelha do meu livro (Editora 34 – Tradução de Boris
Schnaiderman) há a seguinte observação: “A contística tchekhoviana está despida
de acessórios.”
E foi o que eu constatei em boa parte das curtas
histórias que formam este volume: vi como é um dia na vida de dois pequenos
mendigos em UM DIA NO CAMPO (CENAZINHA), morri de pena do órfão que escreve uma
carta de apelo ao avô em VANKA, quase tive um troço com a história da babá que
não tem tempo para dormir em OLHOS MORTOS DE SONO e chorei com ANGÚSTIA, o
conto sobre um pai que não encontra ninguém com quem desabafar sobre a morte do
filho.
"AFE! Só de lembrar que dá uma coisa..."
São
pessoas e situações tão reais!
Histórias que muito bem poderiam ser relatadas
nas páginas de “mazelas cotidianas” de qualquer jornal, mas que Tchekhov narra
com a poesia e a humanidade de quem consegue se colocar no lugar do outro e
transmitir ao leitor o quanto é duro passar por certas situações.
Olá! que russo elegante kkk... comprei recentemente o box com os livros dele, você me deixou mais curiosa ainda.Como já sou apaixonada por Dostoiévski e depois da sua resenha tenho certeza que vou gostar desse também.
ResponderExcluirOlá! que russo elegante kkk... comprei recentemente o box com os livros dele, você me deixou mais curiosa ainda.Como já sou apaixonada por Dostoiévski e depois da sua resenha tenho certeza que vou gostar desse também.
ResponderExcluirKKKKK Vai sim Josemara! Além de GATO, Tchekhov escrevia muuuito!
ExcluirOi! Então passado um tempo, volto aqui pra dizer que já li o livro e... Fiquei besta com a genialidade desse cara!
ExcluirEle é S-E-N-S-A-C-I-O=N-A-L!
Não adianta, os russos me ganharam.
Eu sabia que você ia ficar "passada". Haha!!!
ExcluirEle é DEMAIS.
Beijos