Palavras...

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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Aniversário de Fernando Pessoa.

13 de junho de 1888, em Lisboa, nascia o múltiplo, o desassossegado, o genial...




  Eu gostaria de deixar registrado um pequeno apontamento, para que a lembrança fique, e para compartilhar com todos os fãs de literatura que passam por aqui dois poemas de Fernando Pessoa.

  Autopsicografia foi o primeiro texto dele que conheci, e o poema 655 (de 1930) é o que considero mais tocante e o que melhor retrata quem foi e como se sentia o poeta.

 Fernando Pessoa é uma joia preciosíssima na literatura universal. 

  Parabéns a todos que podem e querem desfrutar de todo este brilho.


AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


No. 655 - em POESIAS INÉDITAS (1930)


Se eu pudesse não ter o ser que tenho

Seria feliz aqui...

Que grande sonho

Ser quem não se sabe quem é e sorri!


Mas eu sou estranho

Se em sonho me vi

Tal qual no tamanho

O que nunca vi...


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Eu recomendo: DOCE PERDÃO de Lori Nelson Spielman

"Perdoamos na medida em que amamos." LA ROCHEFOUCAULD



   
   Hannah tenta consolar Dorothy depois de uma briga tê-la afastado, pelo que parece definitivamente, de uma querida amiga de infância. O argumento de Hannah, de que o erro de Dorothy havia sido bem intencionado e que eventualmente a amiga ofendida entenderia e perdoaria, é interrompido por uma incomoda réplica: "Ah querida, você não vê? Não é a mentira. Nunca é a mentira. É encobrir que nos arruína." 
   
   Intrigada com esta frase reveladora, assombrada pelos próprios equívocos e por um passado nebuloso, Hannah acaba sendo conduzida por caminhos que a farão chegar aos pontos mais críticos de sua história e perceber que só há uma escolha, entre duas opções: continuar com a vida segura que leva, mas que foi fundamentada sobre inúmeros erros OU, fazer uma "faxina geral", limpando sua consciência e arriscando a vida que construiu.

- Fácil, né?

Doce Perdão
Editora VERUS, 322 páginas

Hannah Farr é uma personalidade de New Orleans. Apresentadora de TV, seu programa diário é adorado por milhares de fãs, e há dois anos ela namora o prefeito da cidade, Michael Payne. Mas sua vida, que parece tão certa, está prestes a ser abalada por duas pequenas pedras... As Pedras do Perdão viraram mania no país inteiro. O conceito é simples: envie duas pedras para alguém que você ofendeu ou maltratou. Se a pessoa lhe devolver uma delas, significa que você foi perdoado. Inofensivas no início, as Pedras do Perdão vão forçar Hannah a mergulhar de volta ao passado - o mesmo que ela cuidadosamente enterrou -, e todas as certezas de sua vida virão abaixo. Agora ela vai precisar ser forte para consertar os erros que cometeu, ou arriscar perder qualquer vislumbre de uma vida autêntica para sempre. Após o sucesso mundial de A lista de Brett, Lori Nelson Spielman retorna com este romance terno e esperto sobre nossas fraquezas tão humanas e a coragem necessária para perdoá-las - assim como para pedir perdão. (Fonte: SKOOB)

  
   O texto de LORI NELSON SPIELMAN me fez pensar um monte sobre o modo como lidamos com as mágoas, sejam elas criadas ou sofridas por nós.Também me fez observar que, tanto pedir quanto de oferecer o fruto divino do perdão é uma capacidade muito pouco trabalhada no mundo de hoje. 

  Um livro de fato doce. Por vezes comovente, por vezes surpreendente, que aqueceu meu coração e que concluí um sorriso no rosto.

Um beijo e ótimas leituras.