Palavras...

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

FAR FROM THE MADDING CROWD de Thomas Hardy (em 1001 Livros para Ler Antes de Morrer)

"A natureza tem seus venenos, como a humanidade tem seus males."

Hardy, foto de 1884

FAR FROM THE MADDING CROWD (1874), o primeiro romance escrito por Thomas Hardy (1840-1928), conta a história de Bathsheba Everdene, uma moça que herda uma grande propriedade rural e torna-se, muito jovem, dona de seu próprio nariz. 

Esta independência precoce traz benefícios para a vida financeira de Bathsheba - que administra belamente seus negócio. Por outro lado, a imaturidade emocional da heroína de Hardy a leva tomar atitudes e  fazer escolhas que acabam bagunçando seu ambiente pessoal.

"As pressões da modernidade do fim da era vitoriana, palpáveis na nas obras tardias de Thomas Hardy, mal afetam o mundo de LONGE DA MULTIDÃO. Os personagens rústicos menores parecem saídos de uma época anterior.(...) Mas a visão de Hardy já engloba a injustiça e a tragédia."

Collins Classics, 458 páginas

Bathsheba se vê cercada por três homens com caráteres e objetivos bem diferentes uns dos outros, e acaba fazendo escolhas infelizes com consequências desastrosas.  

Devo admitir que a protagonista me irritou um pouco, mas acabei percebendo que seu comportamento era de se esperar; uma jovem, órfã, com bastante dinheiro e sem a "supervisão" de um "adulto", dá muita cabeçada antes de apender o que é viver. 

E existe Gabriel Oaks, um dos caras mais legais da literatura, e, para mim, o grande personagem desde livro.

No Brasil o romance é publicado pela Pedrazul Editora com o título Longe deste Insensato Mundo.

Em 2015 FAR FROM THE MADDING CROWD foi levado para a telas de cinema em uma adaptação muito bonita e bem fiel ao texto de Hardy.




  Meu primeiro contato com Thomas Hardy me deixou curiosa para conhecer outras obras deste autor, ainda pouco divulgado por aqui.


Um beijos e ótimas leituras.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

1001 Livros Para Ler Antes de Morrer: MINHA LISTA

Como eu pretendo movimentar parte de minhas leituras no presente ano ;)


Editora SEXTANTE, 960 páginas


"1001 livros para ler antes de morrer reúne algumas das obras de ficção de maior impacto da histórias. De clássicos como  Dom Quixote, de Cervantes, e Os Lusíadas, de Camões, até os mais recentes e inovadores, como Almoço nu, de William Burroughs, e Tudo se ilumina, de Jonathan Safran Foer, você encontrará aqui títulos que marcaram época, dos mais diversos estilos e para todos os gostos."

   Choque de realidade número 1: 

Eu tive quando peguei este livro e fui fazer um levantamento do que  eu já havia lido. O número foi um balde de água fria em meus brios de leitora: 42 livros! 

Coitada de mim, achando que chegaria na marca dos 100 fácil, fácil. 

42 foi humilhante, mas o pior ainda estava por vir...

   Choque de realidade número 2: 

Tenho em minha estande 45 títulos citados - entre livros, novelas e contos - que nunca li, ou que li há tanto tempo que já nem tem mais graça. 

Como pode uma pessoa comprar tanto e ler tão pouco - comparativamente?

   
AZUL: Lidos. ROSA: Não lidos.

Isto está me incomodando de verdade.

Então, decidi me policiar e estabelecer a meta de, em 2017, ler, pelo menos, oito dos seguintes títulos:

- As Mil e Uma Noites
- Os Lusíadas
- Dom Quixote
- Moll Flanders
- Frankenstein
- O Vermelho e o Negro
- Eugénie Grandet
- O Poço e o Pêndulo
- O Morro dos Ventos Uivantes
- David Copperfield
- Great Expectations
- Pais e Filhos
- Os Miseráveis
- Alice No País das Maravilhas
- Alice Através do Espelho
- Far From the Madding Crowd
- Anna Karenina
- A morte de Ivan Ilich
- Os Maias (já li, mas comprei a edição nova da Zahar...)
- A Cidade e as Serras
- Coração das Trevas
- A Room With a View
- Howards End
- Triste Fim de Policarpo Quaresma
- Mrs. Dalloway
- As Aventuras do Bom Soldado Svejk
- Em Busca do Tempo Perdido (só li o vol.1 de 7)
- ...E o Vento Levou
- Angústia
- Vidas Secas (li nas carreiras no ensino médio)
- Sagarana
- A Peste (li há mais de vinte anos)
- O Tempo e o Vento
- O Homem Revoltado
- O Velho e o Mar
- O Senhor das Moscas
- Grande Sertão: Veredas
- O Sol é Para Todos
- Ardil 22
- A Pedra do Reino
- Sargento Getúlio
- O livro do Desassossego (li, mas já esqueci)
- Os Versos Satânicos
- História do Cerco de Lisboa
- Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra

"Com resenhas elaboradas por uma equipe de escritores, críticos literários e jornalistas internacionais, este livro poderá guiá-lo pela história da literatura mundial. E, para darmos mais destaque  à produção literária de língua portuguesa, incluímos nomes como Aluízio de Azevedo, Lima Barreto, Lygia Fagundes Telles e Mia Couto."
   
1001 LIVROS PARA LER ANTES DE MORRER é um excelente  catálogo de obras essenciais. Além disto, está me ajudando a olhar de modo mais racional os livros de meu acervo, a decidir o que leio e mantenho comigo para vida, e o que considerar apenas transitório em minha estante.

Um beijo e ótimas leituras.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Clássicos da Literatura Brasileira: TIL de José de Alencar

O livro que me fez ser menos implicante com a obra alencarina. 


Ateliê Editorial, 382 páginas

  Eu acho que mudar de opinião - especialmente quando você sai da visão negativa para a positiva - é algo reconfortante. Me traz a sensação de que não sou prisioneira de minhas ideias, opiniões ou preconceitos; que continuo aprendendo coisas; que minha mente não está estagnada; que sou, como toda boa geminiana, flexível (não volúvel) e adaptável (não inconstante).

  Dito isso, venho a público reconhecer e recomendar TIL (1872), e estender uma bandeira branca para, finalmente, tentar uma trégua em minha turbulenta relação com José de Alencar. (rsrsrsrs)

  Antes de mais nada, queria deixar um pensamento que me ocorreu vária vezes durante a leitura de TIL. Algo que por implicância e falta de empatia eu nunca havia considerado até então: É muito duro ser ALENCAR no país de MACHADO.

  Simples assim!

 Lendo TIL eu constatei que por mais habilidoso e proficiente que ele fosse - e era mesmo! - toda a sua engenhosidade narrativa estava fadada a ser eclipsada pela majestade de Machado de Assis. E como agora estou convencida de que comparações são uma perda de tempo e uma injustiça, resolvi que daqui em diante vou ler Alencar por ele mesmo; um escritor produtivo, que abriu o caminho da literatura nacional para quem veio depois. 

  Gostarei de umas obras, talvez desgoste de outras, mas vou parar de birra. 

Paz e Amor, José! 

:)

...

  TIL conta a história de Berta, uma órfã que encanta todos e tudo à sua volta. Falando assim, até parece que estamos diante de uma trama fofinha, cheia de amor e romance, mas passa longe. O passado da menina - que só é revelado bem adiante na narrativa - esconde segredos medonhos, com consequências pesadas para a vida de personagens nos diferentes núcleos. 

  O modo com o autor vai apresentando os eventos causa, logo de início, a sensação de ele ia "esquecendo" de expor alguns fatos. Eu ficava meio na dúvida se estava perdida, ou se faltava informação. Mas a medida que a história avançava fui entendendo que os vários cortes de cenas iam criando um baita clima de suspense que me deixou grudada às páginas de TIL

  Os elementos sobrenaturais, a violência inesperadamente explícita, e o curioso relacionamento entre Berta e Jão Fera fizeram da minha segunda leitura do ano uma ótima surpresa que recomendo a todos os leitores de plantão.

"Sua obra é uma das minas da literatura brasileira, até hoje, e embora não pareça, tem continuidades no Modernismo. (...) alguma coisa do Grande-Sertão já existia em Til, no ritmo das façanhas de Jão Fera(...)"
  
  Quem sou eu para discordar de Robert Schwarz...


Um beijo e ótimas leituras.